quarta-feira, 14 de março de 2012

Bispo oficializa sua candidatura à presidência de Honduras

O bispo emérito Luis Alfonso Santos afirmou que quer ser presidente de Honduras pelos pobres que há em seu país, que somam uns “cinco milhões”, incluindo “dois milhões e meio de indigentes”, segundo indicou.

A reportagem é do sítio espanhol Religión Digital, 13-03-2012. A tradução é do Cepat.

“Vamos com tudo. Você acredita que é aceitável que se viva dizendo que Honduras é um país pobre, sendo um país rico em recursos naturais, madeira, água, mineração de metal e talvez petróleo?”, sublinhou Santos em imprensa coletiva, ao confirmar que buscará a candidatura presidencial pelo opositor Partido Liberal.

O prelado que no final de 2011, por razões de idade (75 anos), apresentou sua renúncia ao Vaticano como bispo da diocese de Copán, no oeste de Honduras, é promovido por uma corrente denominada “Liberais Autênticos”, surgida depois do golpe de Estado, de 28 de junho de 2009, contra o então presidente Manuel Zelaya.

Santos, que condenou o golpe de Estado, sinalizou que se não ganhar a candidatura presidencial pelo Partido Liberal, a que pertencia Zelaya quando foi tirado do poder e do país, tampouco apoiará aos liberais “golpistas”, que apoiaram a derrubada do ex-presidente.

Na opinião de Santos, o governo de Porfirio Lobo, que assumiu em 27 de janeiro de 2010, “não está seguindo nenhum plano de desenvolvimento”, enquanto que ele conversou com sociólogos sobre um plano de saúde pública, produção agrícola, pecuária e de animais de curral para atender os problemas dos pobres.

“Pelo bem comum e a defesa dos direitos humanos eu aceitei”, anunciou o religioso de 75 anos, que no ano passado se retirou da diocese, após 46 anos de exercício sacerdotal.

Santos também argumentou que a decisão de aceitar a proposta “responde a uma necessidade atual da nação hondurenha, que na sua maioria se encontra na extrema pobreza”. “Efetivamente, de oito milhões de hondurenhos, cinco milhões são pobres e destes cinco milhões, dois milhões e meio são indigentes”, manifestou.

Além disso, o bispo destacou os problemas de insegurança e desassossego, assim como o desemprego que afeta aos hondurenhos. “Muitas pessoas em Honduras perderam a fé e a esperança na classe política que até agora governou o país”, e “Honduras aparece como o terceiro país mais pobre e o segundo mais corrupto da América Latina”, lamentou.

O bispo afastado não quis integrar o movimento Liberdade e Refundação (Libre), que promove Zelaya, e que está dependendo do reconhecimento do Superior Tribunal Eleitoral, como partido político que buscará o poder nas eleições gerais de 2013.

Até o momento, os cinco partidos legalmente inscritos em Honduras são: o Nacional, que está no poder, o Liberal, primeira força de oposição, e os minoritários, a Democracia Cristã, o Inovação e a Unidade Social Democrata, de esquerda.

Nenhum comentário:

Postar um comentário