quinta-feira, 30 de agosto de 2012

1979 - Sancionada a lei da anistia

Jornal do Brasil: Quarta-feira, 29 de agosto de 1979
O Presidente João Figueiredo sancionou a Lei da Anistia, que perdoou os cidadãos que no período compreendido entre 2 de setembro de 1961 e 15 de agosto d 1979 cometeram crimes políticos ou conexos com estes. A lei sancionada recebeu o número 6.683. Composta de 3 parágrafos, diz no seu segundo parágrafo: "Excetuam-se dos benefícios da anistia os que foram condenados pela prática de crimes de terrorismo, assalto, sequestro e atentado pessoal".

O texto aprovado foi resultado de intensa pressão popular e resultou de negociações entre os dois únicos partidos permitidos pelo regime militar, a Arena, governista, e o MDB, de oposição. O MDB tentou convencer a Arena a aprovar uma emenda que ampliava a anistia, de autoria do deputado arenista Djalma Marinho (RN). O então presidente da Arena, José Sarney (MA), negou-se a atender o pedido do presidente do MDB, Ulisses Guimarães (SP).

O parecer do relator foi aprovado pelos líderes dos dois partidos em votação simbólica. A emenda Marinho foi submetida à votação nominal e foi rejeitada por 206 votos, todos da Arena, contra 202. Além dos deputados do MDB, votaram a favor 15 arenistas.

A aprovação do projeto da anistia proposto pelo governo com a rejeição da emenda Djalma Marinho representou um avanço considerável, mas não atendeu os anseios da sociedade brasileira. A luta pela anistia no Brasil havia começado timidamente desde 1968 por meio dos estudantes, jornalistas e políticos e, com o passar dos anos, foi somando adesões de populares. Em todo o País e no exterior foram formados comitês que reuniam filhos, mães, esposas e amigos de presos políticos.

A expectativa de voltar para casa

A expectativa de voltar para casa
Leonel Brizola soube que já estava anistiado e declarou: "Só mesmo quando chegar lá e ouvir português brasileiro à minha volta, ver aquelas caras familiares do nosso povo, é que perceberei que finalmente cheguei em casa. Por enquanto só consigo entender que uma coisa boa me espera". Ulysses Guimarães, indagado se iria à recepção dos anistiados, esclareceu: " Não vou a nenhuma chegada dos exilados. Mais importante que ir à chegada é ter lutado como o MDB lutou, para que eles chegassem". A anistia ampla, geral e irrestrita somente viria em 1985, já em pleno governo civil.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Igreja lembra os 13 anos de morte de dom Helder Câmara


Há 13 anos, a Igreja Católica perdia um de seus maiores líderes, o arcebispo emérito de Olinda e Recife, dom Helder Câmara. Mais que uma liderança religiosa, dom Helder era referência na luta pela paz e pela justiça social; seus exemplos e palavras foram perpetuados até hoje. Em homenagem à sua memória, hoje, 27 de agosto, dom Helderterá seus restos mortais trasladados para uma capela especialmente projetada para recebê-los na Igreja da Sé, em Olinda. Até então, os restos mortais de dom Helder estavam guardados em um túmulo provisório em frente ao altar da Igreja da Sé.

A informação é publicada pelo Boletim da CNBB, 27-08-2012.

Junto deles, serão colocados também os despojos do padre Antônio Henrique Pereira Neto e de dom José Lamartine, ambos amigos do arcebispo. Padre Antônio Henrique foi assessor da Pastoral da Juventude durante o pastoreio de dom Helder e dom José Lamartine, bispo auxiliar. A cerimônia será presidida às 9h pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido.

O site ‘Pernambuco’ informa que dom José Lamartine está enterrado em uma espécie de cemitério, localizado atrás da Igreja da Sé. Já o padre Antônio Henrique está sepultado no cemitério da Várzea, na Zona Oeste do Recife.

O trabalho de dom Hélder é conhecido em todo o mundo. Ele foi arcebispo de Olinda e Recife e também desempenhou funções em organizações não-governamentais, movimentos estudantis e operários, ligas comunitárias contra a fome e a miséria. Sofreu retaliações e perseguições por parte das autoridades do regime militar brasileiro.

A Igreja das Fronteiras, bairro da Boa Vista, ficou cheia de fiéis e emoção na manhã deste domingo, 26. Às 11h, o padre Sebastião Sá, celebrou missa em homenagem a dom Helder Câmara, dando prosseguimento à programação que decorre desde a última sexta-feira, para lembrar o aniversário da morte do arcebispo. O local foi escolhido porque lá dom Helder viveu os seus últimos dias, até falecer, em 27 de agosto de 1999.

Padre Antônio Henrique foi torturado e assassinado em 1969, durante o regime militar. O crime está impune até hoje, mas ganhou prioridade nas investigações da Comissão Estadual da Memória e Verdade. O sacerdote é tido como "Mártir da Juventude da Arquidiocese de Olinda e Recife".