quarta-feira, 24 de agosto de 2011

24 de agosto de 1992 – CPI abre caminho para impeachment de Collor

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No mesmo dia em que uma passeata promovida pelo PDT, liderada por Brizolla, reunia mais de 2 milhões de pessoas no centro do Rio de Janeiro a favor do impeachment de Collor, a Comissão Parlamentar de Inquérito do PC concluiu, por meio de relatório, que o então Presidente teve conhecimento das atividades ilegais de PC Farias e foi omisso no “seu dever funcional de zelar pela moralidade pública”.

Por considerar que Collor recebeu “vantagens econômicas indevidas”, o documento deixou aberto o caminho para que a Procuradoria Geral da República processasse o presidente por corrupção passiva e que a Câmara dos Deputados instaurasse seu processo de impeachment, que seria concluído no fim do ano. Ao final das cinco horas de leitura das 360 páginas do relatório, o relator, então Senador Amir Lando (PMDB), declarou: “Espero que esta nação não fuja dessas verdades”.


“Ficou evidente que o Sr. Presidente da República recebeu vantagens econômicas indevidas, quer sob forma de depósitos bancários feitos nas contas de sua secretária Ana Aciole, da sua esposa, da sua ex-mulher, da sua mãe e da sua irmã, quer sob a forma de recursos financeiros para aquisição de bens (...). Recursos estes originários direta ou indiretamente do Sr. Paulo César Farias. Omitiu-se em conseqüência, o Chefe do Estado do seu dever funcional de zelar pela moralidade pública e de impedir a utilização de seu nome por terceiros para lograrem enriquecimento sem causa”, vinha em um trecho do relatório.


As denúncias contra Collor, investigadas pela CPI, partiram de seu irmão, Pedro Collor, que meses antes havia desmascarado um esquema de corrupção e tráfico de influência operado por Paulo César Farias, tesoureiro de sua campanha presidencial, o que ficou conhecido como “Esquema PC”. Em dezembro, mesmo após a abdicação de Collor à Presidência, o mesmo foi condenado pela Justiça e teve seu mandato cassado e suspenso por oito anos. Eleito como Senador em 2006, hoje Collor é candidato ao governo de Alagoas, pelo PTB.

Fonte: JB

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Agosto de 1969 - Festival de Woodstock: uma maratona cultural pelo amor e pela paz

Jornal do Brasil: 15 de agosto de 1989

Reprodução

O Festival de Woodstock foi o mais importante festival de rock and roll de sua época. Realizado em uma fazenda em Bethel, Nova Iorque, reuniu num final-de-semana mais de 400 mil pessoas, num espaço originalmente montado para receber 50 mil.

Marco do movimento da contracultura, naquela ocasião, promoveu grande polêmica, pelos propósitos levantados: os ideais paz e amor, defendendo o sexo livre e condenando a Guerra do Vietnã. Um protesto contra uma sociedade americana infestada pelo desejo de controle.

Foi o auge da era hippie.

A abertura do festival foi ao som de "High Flyin' Bird", pelas 12 cordas do violão de Richie Havens, que criou naquele palco "Freedom". Participaram, entre outros, Santana, Janis Joplin, The Who, Joe Cocker e Jimi Hendrix, finalizando com "Hey Joe".

Confira o resumo do Festival, pela cobertura do JB: Hippies encerram festival. e Continuação.

Em 1989, duas décadas após o Festival, uma segunda versão de Woodstock chegou a ser planejada por Joel Rosenman e John Roberts. Contudo, disputas por direitos autorais acabaram inviabilizando o evento. Somente em 1994, para comemorar 25 anos do superevento, 250 mil pessoas se reuniram no Woodstock 94, em Saugerties, a 135 km de Nova York. Pagaram 135 dólares para ouvir quarenta grupos de rock. A terceira edição ocorreu em 1999, registrando altos índices de violência. Foi última tentativa, fracassada, de reviver o mito de "paz e amor" do Woodstock original. Os ideais originais foram vencidos pelo vil metal.

Fonte Jornal do Brasil

domingo, 7 de agosto de 2011

Uma perda para a esquerda brasileira

O companheiro Flávio Loureiro

Neste dia 7 de agosto de 2011, a esquerda brasileira, especialmente a fluminense, perdeu um de seus mais bem humorados militantes. O companheiro Flávio Loureiro, era jornalista, foi fundador do Partido dos Trabalhadores. Dirigiu a Secretaria Geral e de Assuntos Institucionais do PT do Rio de Janeiro.

Socialista, ingressou na Articulação de Esquerda no final dos anos 90, sendo membro de várias direções estaduais e da direção nacional. Foi editor do jornal Página 13.

Trabalhou nos jornais dos sindicatos dos arquitetos, metalúrgicos, metroviários; criou e organizou o jornal da Federação das Associações de Moradores de Nova Iguaçu; foi editor do jornal Público do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal, Sintrasef. Atuou como jornalista, também, na Bloch Editora e no Jornal do Comércio.

Atualmente era chefe de gabinete da deputada estadual Inês Pandeló (RJ).

Como ele mesmo definia em seu blog – Blog do Flavio Loureiro – é “pai de um lindo casal de filhos, avô, um apaixonado integrante da nação rubro negra e um observador atento do Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira”. Seguramente, com a sua partida, a esquerda ficará menos festiva e aguerrida.

Em seu blog, além de postar notícias e artigos sobre política atual, também dava dicas sobre atividades culturais nos finais de semana carioca. Há dois meses, Flávio escreveu que daria uma pausa na postagem do Blog, inclusive das “Dicas”. O texto, que acompanhava uma foto com violão e banjo, dizia ainda: “Desde já agradeço as mensagens que recebi de congratulações pela passagem dos meus 53 anos de vida, muito felizes e bem vividos, completados no dia 18 de junho”.

Este era o companheiro Flávio Loureiro: uma cara de bem com a vida! Talvez por isso não saibamos como lidar com a sua morte.

É Flávio, seus textos, suas dicas, o seu companheirismo, e o seu jeitão bem humorado, vão nos fazer falta!

E, como já foi dito em algum lugar: Ao Flávio, que gosta de samba e é da torcida do Flamengo, aquele abraço!


Direção Nacional da Articulação de Esquerda

Fonte: Pagina 13