sexta-feira, 11 de junho de 2010

Guapimirim

Até 25 de novembro de 1990 (data de sua emancipação político-administrativa), a história de Guapimirim também é a de Magé, do qual fazia parte como seu 3º Distrito. Geograficamente podemos afirmar que Guapimirim é o ponto extremo dos municípios da Baixada.

Os habitantes das terras de Guapimirim até o Séc XVII foram os índios Timbira, que estavam espalhados por todas as terras de Magé. Piedade era o terreno mais procurado pelo encontro fácil das ervas medicinais, o óleo e as raízes, pois, tinham eles conhecimento na cura dos males de seus entes enfermos.

A ocupação efetiva pelos portugueses na região começa com a doação de uma sesmaria a Simão da Mota, em setembro de 1565, com 600 braças ao longo da água e 1000 braças pela terra adentro no Rio Magé, de acordo com o livro de sesmarias registrado no Cartório do Tabelião Antonio Teixeira de Carvalho. No entanto poucos foram os que tomaram posse. Os franceses ao invadir o Rio de Janeiro em 1565 tornaram-se amigos dos indígenas e dificultava a ocupação dos portugueses sesmeiros.

Em 1566 Christovão de Barros aporta ao Rio de Janeiro com a armada para defender a cidade dos franceses e recebe uma carta de sesmaria em 12 de outubro de umas terras com 4500 braças ao longo da água e 7500 braças para o sertão de Magé, uma das mais extensas doações até então cedidas. Em 29 de outubro de 1567 obteve mais terras - 6000 braças de largo e 9000 de cumprido, no sertão do Rio Macacu, chegando aos limites de Miguel de Mourão.

Christovão de Barros foi o 3º Capitão do Rio de Janeiro e seu 4º Governador - lutou contra os franceses. Fundador de Sergipe, Provedor da Fazenda na Bahia, construtor de um engenho de açúcar em Magé, às margens do Rio Magé e está ligado à história daquele Município.

Com a chegada dos portugueses na região, subiram a serra, descobrindo assim o Rio Guapi-Mirim. Fundaram a freguesia de N. Sra. D'Ajuda de Aguapei-Mirim em 1674. Durante o período colonial, as terras de Guapimirim não tiveram grande importância econômica e social. Como pertencia a Magé, as atenções voltaram-se no séc. XVIII para o porto da Estrela no rio Inhomirim, o porto de Piedade no rio Magé e o porto de Suruí no rio Suruí. No entanto conheceu naquele século a construção da Fazenda Segredo voltada para as montanhas, dominando toda uma planície aos seus pés, construiu-se ainda a Capela de Santa Ana, filial da Freguesia da Ajuda, que está à margem da estrada de ferro e da Capela de N. Sra. Da Conceição, inaugurada em 1713.

No séc. XIX com a chegada da família real e a abertura dos portos, recebemos um grande número de estrangeiros, chamados de viajantes, que visitaram a Baixada e descreveram as características naturais e culturais de sua gente. Assim a descoberta dessas regiões ao pé da Serra dos Órgãos e a necessidade de transpô-las para atingir o interior do Brasil, acabou atraindo uma população que passou a viver de uma agricultura de sobrevivência com excedente exportável para a capital Rio de Janeiro e pequeno comércio local.

Segundo o Inventário dos Bens Culturais de Magé elaborado pela SECDREM/FUNDREM em 1984: "O acesso para Teresópolis se fez primeiramente por estrada de ferro que, partindo do Porto de Piedade , no fundo da Baia da Guanabara, chegava ao Centro de Magé e Guapimirim, subindo a serra até Teresópolis. Posteriormente, a ligação da Piedade Velha com a serra foi interrompida e seus trilhos arrancados, só restando o trecho de Magé a Guapimirim, ligando ao sistema RFFSA. Guapimirim se desenvolveu enquanto arruamento característico das imediações das estações ferroviárias. As construções, apesar de modificações posteriores, têm elementos decorativos geometrizados nas fachadas denotando um gosto comum na década de 30 e a estação ferroviária, de 1926, continua em funcionamento ligando Magé e Gramacho. Já nas décadas de 40 e 50 as áreas próximas ao arruamento fronteiriço à estação começaram a ser loteadas e ocupadas com pequenas residências achalezadas. A capela é uma construção desse período modificada posteriormente".

A cidade está localizada num vale pela base do Dedo de Deus e fica a 86 km da capital do Estado. Possui uma população em torno de 40.000 habitantes. Distribuídas em 13 bairros. Nas suas terras encontramos encantadoras belezas naturais, um recanto merecedor de nossas atenções. Encontra-se aí o bloco rochoso, em forma de pico, característicos pontos turísticos com os nomes de "Dedo de Deus, Pedra do Sino e Verruga do Frade". Nas suas terras vamos encontrar a subsede do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, onde encontra o Museu Von Martius.

Também nesse município funciona o Centro de Primatologia da FEEMA, que desenvolve o "Projeto Mico Leão", tendo como objetivo e finalidade reproduzir espécies brasileiras de primatas ameaçados de extinção, ou raras, com o propósito de propagar essas espécies e repovoamento de áreas efetivamente preservadas, além de promover estudo de restauração da biota local, que é uma característica da vida animal e vegetal da região.

Sua população tem rendas advindas das indústrias, sendo a Librapel e Klabin as principais, do comércio, do turismo, da agricultura, da pecuária, da avicultura, da minhocultura, piscicultura, ranários etc. Ocupa hoje uma área de 345 km2. Faz divisa ao norte com os Municípios de Teresópolis e Petrópolis, ao sul com o Município de Itaboraí e fundos da Baia da Guanabara, ao leste com o Município de Cachoeiras de Macacú e a Oeste com o Município de Magé. É cortado pela BR 116 e BR 493.

Guapimirim é um dos belos recantos naturais da Baixada.


Prof. Genesis Torres


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