terça-feira, 18 de outubro de 2011

Padre maryknoll que defende a ordenação feminina é detido no Vaticano



Depois de marchar até a larga avenida rumo à Praça de São Pedro, o padre maryknoll Roy Bourgeois e outras duas manifestantes que apoiam a ordenação de mulheres foram brevemente detidos pela polícia italiana.

A reportagem é de Carol Glatz, publicada no sítio Catholic News Service, 17-10-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Um grupo de 18 pessoas, a maioria dos Estados Unidos, estavam tentando entregar a autoridades do Vaticano um abaixo-assinado de apoio à ordenação de mulheres como sacerdotisas católicas.


A petição, assinada por 15 mil pessoas, elogiava o trabalho do Pe. Bourgeois, que enfrenta a possível demissão de sua ordem e do sacerdócio por sua recusa a se retratar de seu contínuo apoio à ordenação feminina.


A ordem Maryknoll emitiu dois alertas canônicos para o padre de 73 anos de idade neste ano. Ele foi excomungado latae sententiae – automaticamente – em novembro de 2008 depois de participar da tentativa de ordenação de Janice Sevre-Duszynska, que também estava na manifestação desta segunda-feira em Roma.


O Pe. Bourgeois ainda permanece junto à Sociedade Maryknoll enquanto o assunto está sendo revisado, informou a ordem em um comunicado escrito para o Catholic News Service no dia 11 de outubro.


A Sociedade Maryknoll disse estar ciente de que o Pe. Bourgeois estava viajando para Roma e acrescentou: "Desde o início, tem sido a Maryknoll que repetidamente tem tentado fomentar a comunicação entre o Pe. Bourgeois e a Igreja".


O Pe. Bourgeois disse aos jornalistas: "Eu não quero ser expulso". Ele disse estar lutando "pelo que é justo" e aceitaria qualquer decisão que a sua ordem tomasse "sem raiva".


Ele disse que a proibição da Igreja sobre a ordenação de mulheres "desafia a razão e desafia a fé" e tem em suas raízes "o pecado do sexismo".


Os manifestantes, incluindo duas mulheres que afirmam ser sacerdotisas e uma que afirma ser diaconisa, caminharam de Castel Sant'Angelo à Praça de São Pedro portando cartazes que diziam: "Deus está chamando mulheres para serem sacerdotisas" e "Ordenem mulheres católicas", enquanto cantavam e batiam em um pequeno tambor.


O Vaticano não permite protestos, manifestações ou cartazes na propriedade do Vaticano, e a polícia italiana não permitiu que o grupo entrasse na Praça de São Pedro.


A polícia explicou ao grupo que era ilegal realizar uma manifestação sem permissão e que teria sido mais apropriado ter convidado as autoridades do Vaticano previamente, a fim de entregar o abaixo-assinado.


"Não é como entregar uma pizza. Você não pode simplesmente aparecer" sem aviso prévio e sem autorização, disse o policial à paisana.


"É uma pizza muito importante", gritou um dos manifestantes.


O Pe. Bourgeois foi avisado várias vezes pela polícia italiana que eles não poderiam impedi-lo de entrar na Praça de São Pedro sozinho para tentar entregar a petição para alguém no Vaticano, mas o grupo como um todo e, especificamente, as mulheres vestidas como sacerdotisas não poderiam entrar na praça, porque "a sua forma de vestir é uma forma de protesto".


No entanto, a situação ficou tensa quando a polícia tentou confiscar os cartazes e panfletos do grupo. Membros do grupo se recusaram a entregar porque os banners de lona custam muito caro para serem produzidos, explicou um manifestante.


Por causa de sua recusa a entregar os cartzes de forma pacífica, o Pe. Bourgeois e dois membros do grupo, Erin Saiz Hanna, diretora-executiva da Women's Ordination Conference, e Miriam Duignan, da WomenPriests.org, foram levados para uma delegacia italiana próxima. Eles não foram presos, e nenhuma acusação foi feita contra eles.


Em 2008, a congregação doutrinária decretou formalmente que uma mulher que tenta ser ordenada sacerdotisa católica e a pessoa que tenta ordená-la são automaticamente excomungadas. Em 1994, o Beato Papa João Paulo II disse que a proibição da Igreja sobre as mulheres-padre é definitiva e não está aberta ao debate entre os católicos.



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