sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Rabinos europeus pedem ao Vaticano que suspenda o diálogo com os lefebvrianos

Rabinos europeus e sobreviventes do Holocausto no Estados Unidos pediram ontem ao Vaticano que suspenda o diálogo de unidade com os católicos ultra tradicionalistas até que o seu movimento se comprometa renunciar aos membro anti-semitas em suas fileiras.

A reportagem é do sítio Religión Digital, 20-10-2011. A tradução é do Cepat.

A Conferência de Rabinos Europeus disse que o bispo Richard Williamson (foto), que se fez famoso por negar publicamente o Holocausto, e o chefe do grupo dissidente na França recentemente avivaram a velha acusação de que os judeus mataram Jesus. A Associação Estadunidense de Sobreviventes do Holocausto e seus Descendentes destacou que Williamson repetiu a ideia de culpa coletiva contra os judeus pela morte de Jesus, apesar da recente reafirmação do Papa Bento XVI de que a Igreja rejeita essa acusação.

“Pedimos à Igreja Católica que suspenda as negociações com as tendências católicas extremistas até que fique claro que estes grupos demonstrem um compromisso na luta contra o anti-semitismo em suas filas”, disse o rabino Pinchas Goldschmidt (foto), cujo grupo representa os rabinos chefes e os juízes máximos da Europa. “A Igreja Católica deve deixar claro que os que se dedicam ao ódio não têm lugar em suas filas”, argumentouElan Steinberg, do grupo de sobrevivientes do Holocausto. Os grupos judeus reagiram depois de que Williamsonrepetiu sua acusação contra os judeus em seu blog no final de semana.

O reverendo Regis de Cacqueray, chefe do cônego francês da rebelde Sociedade de São Pio X (SSPX), disse o mesmo num artigo no mês passado. Os dois criticam abertamente qualquer compromisso entre a SSPX e o Vaticano que mantém negociações para reincorporar a sociedade na Igreja após sua separação faz 23 anos pela recusa em aceitar as reformas modernizadoras introduzidas na década de 1960.

Ambos mencionaram o sensível tema das relações com os judeus enquanto o Papa Bento se prepara para receber um encontro de líderes religiosos mundiais – que incluem judeus – na próxima semana em Assis. A igreja Católica Romana disse que o Concílio Vaticano II (1962-1965) não considera os judeus responsáveis pela morte de Jesus, dando início a uma era de melhores relações entre católicos e judeus.

Temas, porém, relacionados ao Holocausto, como a negativa de Williamson e o apoio de Bento XVI a beatificação do Papa Pío XII, em tempos de guerra, em que documentos de alguns historiadores e líderes judeus afirmam que o papa a época não fez o suficiente para apoiar os judeus perseguidos, ainda causam mal estar.

Depois de dois anos de discussões com o SSPX, o Vaticano disse no mês passado que o movimento deve aceitar uma lista de ensinamentos fundamentais da Igreja para que seus quatro bispos sejam reintegrados. Os quatro, entre elesWilliamson, foram excomungados em 1988, quando foram ordenados pelo fundador da sociedade SSPX, o arcebispoMarcel Lefebvre contra as ordens da Santa Sé.

Aguarda-se que a SSPX responderá a demanda do Vaticano nos próximos meses

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