terça-feira, 29 de maio de 2012

26 de maio de 1952 - A reintegração da Alemanha na Convenção de Bonn

"Este tratado garante a paz e a liberdade da Alemanha e conduzirá à unificação e à liberdade do país. Saudamos nossos irmãos do Leste e asseguramos que, com este tratado, demos um passo importante para a unidade dentro da liberdade. Começa uma nova era na história européia". Konrad Adenauer, Chanceler alemão

Após sete anos de ocupação, a República Federativa da Alemanha é integrada em base de igualdade com as demais nações européias num documento assinado com os Estados Unidos da América do Norte, o Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte, e a República da França.

Com objetivo de fortalecer uma comunidade européia de nações, pacífica e próspera, unida às outras nações livres do mundo pelo cumprimento aos princípios da Carta das Nações Unidas, mediante o apoio e a defesa conjunta da liberdade e da herança comuns, a proposta do tratado era incorporar a República Federal de Alemanha sobre bases de igualdade à comunidade européia, incluida por sua vez na comunidade do Atlântico.

Para a Alemanha, devastada e derrotada ao fim da Segunda Guerra (1939-1945), era a oportunidade de reerguer-se economicamente, resgatar sua importância sócio-cultural perante ao mundo e retomar relações diplomáticas com as principais potências, através de um modelo inteiramente livre e pacífico.

Konrad Adenauer, político alemão cristão-democrata, foi um dos principais articuladores do processo. Interessado em estabelecer a Alemanha Ocidental como uma proteção para conter a expansão dos soviéticos na Europa, aproximou relações com os Estados Unidos e se reconciliou com a França.

A Era Adenauer
Era um homem calmo e meticuloso, de sorriso discreto no rosto vagamente parecido com o de um índio pele-vermelha, o velho de 73 anos que se apresentava ao novo parlamento germânico como candidato a Chanceler no 15 de setembro de 1949. Um voto apenas - o dele mesmo - garantiu-lhe a vitória, repetindo o episódio de 1929, quando o seu próprio voto o reelegeu Primeiro Burgomestre de Colônia. Em 1949 eram outros tempos: a Alemanha começava com ele um novo caminho, traçado segundo as suas normas, ou apesar delas, mas que hoje guarda, de qualquer forma, a marca dos seus passos.

O Chanceler tomava posse num país arbitrariamente dividido, onde a religião política à qual a maioria dos alemães aderiria por desvario ou oportunismo lhes fora arrebatada totalmente e revelada como impostura corrupta e desprezível. Assumia afinal, um posto que raros invejavam. E nele durou mais que qualquer outro Chanceler, desde Bismark, que resistiu até os 89 anos de idade. Tantas vezes na crista das ondas e na baixa-mar, a Alemanha haeria de chegar ao seu melhor nível apoiada num homem fundamentalmente civil, paradoxo de paciência e paixão.

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